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As Cartas de J. O. Bilda, um solícito acompanhante: Imagem

AS CARTAS DE J. O. BILDA, UM SOLÍCITO ACOMPANHANTE

As Cartas de J. O. Bilda, um solícito acompanhante: Texto

O livro “Cartas de um Solícito Acompanhante" é o novo livro do intelectual Jonas Otávio Bilda. Psicólogo pelo Centro Universitário de Brusque e licenciando em Filosofia pela Universidade Paulista, o autor do município de Brusque – SC vem ganhando repercussão da academia e também da crítica midiática pelo conjunto elegante de palavras, chamando a atenção por ser hábil pensador autodidata.


O quê ou quem é o "solícito acompanhante"?


Em sua palestra de lançamento no Museu Casa de Brusque em julho de 2018, Jonas explica: “Uma pessoa solícita é uma pessoa receptiva, que está disposta, que se alegra em ajudar. A partir do momento em que segurarem este livro às mãos, uma questão deve ser levantada: eu estou disposto à solicitude? Até que distância estou aberto a acompanhar, com honestidade, tantas dúvidas, tantos encantos, tantas ideias, tantas possibilidades novas? Estas cartas não são apenas de um solícito acompanhante, mas também e, talvez isto seja o mais crucial, são para um solícito acompanhante. A solicitude é um humor incomum e é o que a torna tão preciosa. Desde Platão sabemos que filosofar é dialogar e não se dialoga sem amor e o amor só se expressa pela poesia”.


Em entrevista para o Jornal O Município de 13 de agosto de 2018, Jonas contextualiza a origem do livro, relembrando a “frustração pelas divergências teóricas com professores de curso, o espírito ora tecnicista ora supersticioso dos psicólogos brasileiros, e a latente inconstância neste setor do mercado” que o levou a refletir sobre a própria escolha profissional. “É, afinal, injusto exigir da adolescência, um período de incertezas, uma decisão para o resto da vida, como é o caso da opção por uma carreira”, completa.


A princípio livre de pretensões editoriais, Bilda diz ter reencontrado na troca de cartas um modo de reorganizar seus estudos e reiniciar sua própria formação – não mais buscando a especialização disciplinar e sim uma formação enciclopédica fundamentada em obras e autores universais.


“Em 2016 passei a trocar cartas com um velho amigo, Dyel G. da Silva, atual prefaciador da obra que ora apresento. Cartas de ensaios filosóficos com poemas, interpretações mitológicas, apreciação musical e pequenas dissertações sobre estética, existência e literatura universal. Foi um trabalho intelectual maravilhoso de modo que não só encontramos boa companhia para estudos como nos sentimos fortalecidos para revermos nossas escolhas pessoais. Me compreendi autodidata e iniciei uma licenciatura em Filosofia com vistas à educação pública. Percebi que pela ousadia e paixão dos ensaios trocados bem como pela importância universal de seus temas, outras pessoas poderiam vir a se beneficiar de seus encaminhamentos. Grandes nomes do pensamento lá estavam, como Homero, Dante, Camões, Platão ou Nietzsche e em longas reflexões repletas de poesia, traduções e referências de Arte. Reuni e adaptei minhas cartas para publicar em um livro com um acabamento editorial ao melhor estilo clássico com mais de quinhentas sugestões culturais em notas de rodapé. [...] Nada obstante, estas cartas ora publicadas ilustram-me por inteiro, sem adornos acadêmicos, e promovem um diálogo humano entre autor e leitor”.


De origens balto-eslavas, J. O. Bilda é natural de São Paulo e reside em Brusque há 15 anos. Estilo de vida modesto, é casado, amante de cafeterias e livros, adepto da "Fé Nativa ou religião indo-europeia", e trabalha em um escritório de contabilidade de modo a “não manchar a liberdade de sua obra intelectual com a tirania do lucro”, segundo enfatiza parafraseando o filósofo Espinosa. Jonas vem ganhando repercussão da mídia regional por meio de publicações ensaísticas, artísticas e acadêmicas. Seus anos de juventude foram dedicados a expressões artísticas como o desenho, o teatro, a dança e a música. Produziu romances, contos, poemas e artigos de opinião em blogues virtuais. Sua primeira publicação editorial foi uma contribuição para uma coletânea de contos promovida pelo SESC em 2009.


Seu primeiro livro foi fruto de uma pesquisa acadêmica enquanto estudava Psicologia no Centro Universitário de Brusque, sendo publicado sob o título “O Alvorecer das Artes do Ser” em 2016. Contudo, a atual obra é uma seleção de correspondências que trocou com um colega em estudos liberais. Quanto a pretensões futuras de curto prazo, Jonas pretende publicar uma obra poética. Completa que “lecionar filosofia e contribuir com a mídia com crítica literária e política” são ideias a longo prazo. Adepto do classicismo e do romantismo, o jovem escritor tem em Filosofia, Arte, Religião, Literatura, Política e História suas grandes áreas de interesse para estudos programáticos.


Com o livro em mãos, verificamos que o “Cartas de um solícito acompanhante” é dividido em quatro ciclos interrelacionados: Literatura, Educação, Trabalho Intelectual e Moral. O primeiro ciclo, de Literatura, percorre uma trajetória prazerosa pelos imortais das letras desde gregos antigos até brasileiros modernos mediante convites empolgantes à guisa de aproximar os clássicos do leitor hodierno. É nos capítulos de Educação que a filosofia antiga se apresenta propriamente a fim de buscar reorientações para o sentido do aprender-ensinar de hoje, evitando, mas não sem antes criticar, os modismos correntes nas ciências humanas. São visitadas perspectivas educacionais como a Paideia, a educação liberal do Trivium, o Bildung e o currículo clássico. Quanto ao tema do Trabalho Intelectual, este deslinda um aprofundamento de uma face essencial do educar: a vida de estudos, o desejo de instrução, o autodidatismo, o espírito de busca. Aí também se discute o ofício do escritor e o papel social da amizade. O último ciclo, sobre Moral, possui dois momentos: um negativo, de análise e crítica orientadas por pensadores como Nietzsche, Heidegger e Russell, e outro positivo de reformulação e criação de valores para um novo homem a partir dos grandes modelos que firmaram os primeiros ideais formativos da civilização ocidental: os heróis de Homero.


“E quando o leitor estiver munido de tantos exemplos célebres inscritos nos templos da eternidade”, conclui o autor em entrevista para o jornal O Município, “poderá dar início a um caminho espiritual próprio, unindo sangue, virtude e conhecimento para a real conquista de si e o enobrecimento de um mundo iluminado por ideais mais verdadeiros”.


Algumas entrevistas gravadas:


Bate-papo Rádio Sentinela do Vale AM 1460 de Gaspar

Entrevista para a TVBE no Melhor da Tarde de Itajaí


Entrevista Rádio Divino Oleiro 90.9 de Camboriú


Entrevista Canal 24 Horas de Brusque

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